sexta-feira, 21 de setembro de 2012



Setembro / 1989
Eu confesso

Senti o teu amor tocar-me agora, como a força que o vento não sabe que tem. Ele que mora no centro da terra e alimenta toda a existência. Eu pude sentir ao longo do caminho o amargo do teu beijo, a indiferença das tuas palavras e as deixei morrer nas minhas lembranças. Então, você foi chegando e, aos poucos, me mostrando a outra face das tuas verdades, dando a certeza que eu nunca tive, todo amor que eu nunca conheci, até me enxerguei no teu olhar. Viajei tão profundamente ao encontro desse sentimento que quase o perdi novamente, hoje não tenho dúvidas de que teu coração é meu! Todo amor que eu nunca tive e já não sonhava mais. Agora tenho eu que falar, te amo, que é você - feitiço misterioso para mim, maior do que meu orgulho, mais forte que o raciocínio. Que teu olhar suplanta todos os sentimentos e eu não consigo enxergar mais ninguém! Tenha certeza do meu amor. A certeza que você sempre me negou, te darei. Nada me fará feliz se você sofrer, porque o amor é assim, não faz ilações. Cheguei perto de te esquecer, confesso, até pensei ter encontrado um outro alguém, mas a vida sempre me leva para você. Sua Presença emana um magnetismo tão intenso que uma dor supera em mim os efeitos sobre o coração. Eu chamo isso de amor ... abrigo da alma, o mesmo que te prende é o que te faz livre. São verdades que não precisam ser ditas, juras desnecessárias, mas, se isso resgata em ti a felicidade, confesso, nada faz sentido para mim se você não está, nenhuma palavra emite som, as cores estão tingidas de cinza enquanto você dorme. E a liberdade para mim não existe sem você. Eu chamo isso de amor ...

(Socorro Aguiar)