Sentimentos
Quando o
meu coração deixou de cantar teu nome , ó flor?
quando se fechou para a
saudade e sem querer não mais vi ?
as lágrimas de cores perversas , mãos de
raízes enfraquecidas
que plantei no meu
indecifrável inferno; inconsciente fazia eu
e me perdi no tempo , estragando a
colheita que a chuva sarou.
Escorreram em mim todas as fantasias ,
máscaras que não consegui restaurar , são contrárias a tudo que vivo , que sinto e
sou, adversas, incompatíveis ao coração. Então as deixei partir...terá sido
estiagem de sonhos , desvairados labirintos do ser?
Nua diante do
universo , que nem sempre conspira a meu favor, assim estou eu. O porquê de me
sentir campeã em batalhas onde a guerra nunca venci , eu não sei dizer... talvez ,
haja mais força na esperança se juntas à generosidade do
perdão.
Desviando a voz do enigma vazio do ser , deveria ter citado versos
ao som do violino , deveria ter dançado em você toda minha alegria , viajado nas
asas do prazer. Folhas secas me levam do nada para encontrar euforia. Agora ,
estrangeira em meus sentimentos estou eu.
Deveria ter calado o ciúme na
montanha onde o orvalho se fez dor...todos os medos moram lá. Deserto sou eu:
agonia do amanhecer , deveria ter chorado mais , trancado no peito o dissabor ,
gritado mais , buscado razões nos absurdos do amor. Deserto estou eu... no
desapego da flor do real desamor.
Socorro
Aguiar
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