domingo, 10 de junho de 2012






          
            Sentimentos
Quando o meu coração deixou de cantar teu nome , ó flor?
quando se fechou para a saudade e sem querer não mais vi ?
as lágrimas de cores perversas , mãos de raízes enfraquecidas
que plantei no meu indecifrável inferno; inconsciente fazia eu
e me perdi no tempo , estragando a colheita que a chuva sarou.

Escorreram em mim todas as fantasias , máscaras que não consegui restaurar , são contrárias a tudo que vivo , que sinto e sou, adversas, incompatíveis ao coração. Então as deixei partir...terá sido estiagem de sonhos , desvairados labirintos do ser?

Nua diante do universo , que nem sempre conspira a meu favor, assim estou eu. O porquê de me sentir campeã em batalhas onde a guerra nunca venci , eu não sei dizer... talvez , haja mais força na esperança se juntas à generosidade do perdão.

Desviando a voz do enigma vazio do ser , deveria ter citado versos ao som do violino , deveria ter dançado em você toda minha alegria , viajado nas asas do prazer. Folhas secas me levam do nada para encontrar euforia. Agora , estrangeira em meus sentimentos estou eu.

Deveria ter calado o ciúme na montanha onde o orvalho se fez dor...todos os medos moram lá. Deserto sou eu: agonia do amanhecer , deveria ter chorado mais , trancado no peito o dissabor , gritado mais , buscado razões nos absurdos do amor. Deserto estou eu... no desapego da flor do real desamor.

Socorro Aguiar
                                                                                      

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